sábado, 6 de maio de 2017

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade

«Preciso de força... vem ter comigo num sonho e ajuda-me. Vem dar-me um abraço apertado e um sermão dos fortes. Vem dar-me um pouco do teu amor que tanto me faz falta.»
Eva Barroco











«Já lá vão 8!!! O tempo passa mas não cura tudo...»
Ana Amarante

«8 anos, oficialmente, desde que o meu porto de abrigo desapareceu. O meu porto de tudo »
Rita Amarante

Os nossos agradecimentos à Eva, à Rita e à Ana por esta partilha inefável e comovente.
José Maria Laura



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