domingo, 29 de setembro de 2019

EMMANUEL CHAUNU - Et n'oubliez pas...


Jacques Chirac. La pomme, emblème de la présidentielle de 1995

ANNE ROUMANOFF - Souvenirs d'un président

JACQUES CHIRAC ( 1932-2019)

Dans sa chronique "Rouge vif", l'humoriste Anne Roumanoff revient sur les souvenirs qu'elle garde de Jacques Chirac.

Octobre 1985
Je me souviens qu'en 1985 à Sciences-Po on se moquait des chiraquiens. Ces mecs-là portaient des cravates, étaient rasés de près, mettaient de l'after-shave, avaient un attaché-case et se prenaient très au sérieux. Adhérer au RPR quand on avait 20 ans en 1985, c'était forcément ringard, démodé, nul. A l'époque, on était forcément pour Mitterrand, mais avec un regard critique parce qu'on était des rebelles. Chirac, avec ses lunettes en écaille qui lui mangeaient le visage, ses cheveux gominés, son phrasé si particulier dont les imitateurs faisaient leurs choux gras, ses motocrottes, ses histoires de valises de billets à la mairie de Paris, il n'avait aucun avenir, on le savait mieux que les autres puisqu'on étudiait la politique.

Mai 1995
Je me souviens de son élection en 1995. J'étais au bord d'accoucher. "C'est chichi!", avait crié mon mari devant la télé. Le ringard d'hier était devenu le bien-aimé d'aujourd'hui, celui qui avait résisté à la trahison de Balladur. Une espèce d'euphorie, Chirac était rassurant, chaleureux ; avec lui, tout irait bien. Et puis, les attentats dans le métro d'août 1995, les grèves de 1996. Les critiques, la cohabitation, tout le monde le disait fini.

Avril 2002
Je me souviens qu'au soir du premier tour en 2002 on répétait en boucle "c'est pas possible, mais c'est pas possible" avec les larmes aux yeux. Esplanade du Trocadéro, on avait chanté La Marseillaise, il y avait Sophie Marceau. Les visages étaient graves. Le soir du second tour, le soulagement. Le score énorme, Chirac le sauveur. La fête dans Paris, place de la République.

Février 2003
Je me souviens du beau discours de Dominique de Villepin à l'ONU contre la guerre en Irak, "un vieux pays, la France, d'un vieux continent, l'Europe", et que ce jour-là je m'étais sentie vraiment fière d'être française.

Janvier 2016
Je me souviens de Bernadette Chirac. Un spectacle dans le cadre de l'opération pièces jaunes à l'Alhambra. Elle avait serré la main de chaque spectateur. J'avais trouvé ça incroyable. Des gens avaient demandé : "Est-ce que c'est la vraie?" Quelques mots échangés après le spectacle. Derrière une apparence austère, brushinguée, impeccable, une drôlerie et une acuité étonnantes… Même quand elle taillait, c'était avec élégance. Elle avait parlé des éboueurs qui descendaient de leur camion-poubelle pour la saluer, de sa circonscription en Corrèze qui avait été supprimée. Quand elle disait "mon mari", il y avait tout, derrière ces deux mots, de l'affection, de la lassitude, de la tendresse, de l'admiration. Une femme de fauve est forcément un peu une lionne.

Septembre 2019
Des ados devant le J.T. :
"Sérieux, il était beau, j'adore son style vintage.
- Apparemment, à un moment il a été facho, avec le bruit et les odeurs.
- N'importe quoi, c'est lui qui a bloqué Le Pen et il a fait le musée des arts premiers."

Le brouhaha des commentateurs : tueur politique, plein d'humanité, séducteur, être très cultivé, convivial…

On prend la mesure d'une vie quand elle se termine.
On s'aperçoit qu'on tenait aux gens quand ils ne sont plus là. Au revoir, monsieur le président.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

PÚBLICO - O Francês está de volta!

Maria de Jesus Cabral
José Domingues de Almeida
Christina Dechamps



Se houve um tempo em que as elites só ambicionavam saber “tocar piano e falar Francês” para deslumbrar, hoje trata-se de falar essa língua para “dar cartas” no mundo global.



23 de Setembro de 2019

Se há alguns anos a situação do ensino da língua francesa em Portugal parecia ameaçada por outros idiomas resultantes da comunicação global, hoje o contexto é outro e reverte também a favor do Francês. Numa altura em que a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e a OIF (Organização Internacional da Francofonia) cruzam e articulam dinâmicas de projeção das suas línguas, é impossível não registar dados gerais e estatísticos que apontam para uma representação diferenciada do Francês no nosso país. São estes, a título de exemplo: a presença de uma forte comunidade francófona visitante ou instalada, investimentos franceses significativos que implicam a fluência em Francês e que condicionam a contratação (sendo que a França é o primeiro criador estrangeiro de empregos em Portugal), bem como o reforço da cooperação educativa bilateral em consonância com o projeto de criação de um Espaço europeu da educação que envolverá o reforço da aprendizagem das línguas estrangeiras – pelo menos duas – num âmbito alargado de fomentação do plurilinguismo.

Ora a implementação plena do Acordo intergovernamental de cooperação educativa e linguística firmado e ratificado recentemente entre Portugal e a França (maio de 2019) deverá relançar, dinamizar e desenvolver aquelas que são já modalidades arrojadas de aprendizagem do Francês entre nós: a existência de trinta Secções Europeias de Língua Francesa que oferecem aos alunos das escolas públicas portuguesas uma educação bilingue, a presença recíproca de assistentes de língua, mas também de estagiários Erasmus+ nas escolas dos dois países para fomentar um contacto mais autêntico com a língua em estudo, a oportunidade oferecida aos alunos portugueses de certificar o seu nível de Francês através dos exames internacionais DELF/DALF, etc. Todos estes projetos permitem de algum modo assegurar um contacto prolongado e eficaz com a língua francesa nas várias fases da sua aprendizagem e da sua prática.

Com efeito, a crescente relevância geoestratégica, demográfica e económica do mundo francófono (mais de cinquenta países, muitos deles no continente africano) e suas implicações profissionais diretas para os novos públicos, assim como a relevância de uma educação plurilingue e multicultural defendida por muitos, aconselham vivamente a que se aponte muito para além da realidade atual em que perto de 1500 professores ensinam Francês a 265.000 alunos, muitas vezes só durante três anos da sua escolaridade (no 3.º ciclo) e num tempo letivo reduzido. A aposta na formação inicial e contínua dos professores deve igualmente ser incrementada, respondendo desta forma aos novos desafios da educação do século XXI.

Assim, para dar resposta a este novo contexto onde temos uma diversificada presença empresarial e económica francófona em Portugal, há que garantir uma oferta educativa que permita fazer corresponder formação e procura de perfis profissionais com competências linguísticas específicas. E isto pode passar, nomeadamente, pela oportunidade para todos os alunos, seja qual for o currículo escolhido, de continuar o seu estudo da língua francesa no ensino secundário. É óbvio que o inglês é fundamental, mas já não chega, e o domínio de outros idiomas, como o Francês, faz verdadeiramente toda a diferença no momento de contratar colaboradores.

Se houve um tempo em que as élites só ambicionavam saber “tocar piano e falar Francês” para épater (i.e. deslumbrar), hoje trata-se, antes, de falar essa língua
 como trunfo do êxito profissional e “dar cartas” no mundo global.
AQUI:








Maria de Jesus Cabral (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e José Domingues de Almeida (Faculdade de Letras da Universidade do Porto) são, respectivamente, presidente e vice-presidente da APEF – Associação Portuguesa de Estudos Franceses (www.uc.pt/fluc/apef); Christina Dechamps (NOVA FCSH) é presidente da APPF – Associação Portuguesa dos Professores de Francês (www.appf.pt)

domingo, 22 de setembro de 2019

GRETA THUNBERG imparável!

Em agosto de 2018:

«Hoje, Greta Thunberg é a cara da luta dos jovens contra as alterações climáticas. Mas, há um ano, a ativista estava ainda praticamente sozinha. E uma foto dessa altura - agosto de 2018, quando Greta tinha 15 anos - tornou-se viral (...)»

Em janeiro de 2019, em Davos, no Fórum Económico Mundial:
«Duas gerações, duas mulheres, a mesma causa: a primatologista e especialista em conservação Jane Goodall, de 84 anos, e a jovem ativista climática Greta Thunberg, de 16 anos.»

Em setembro de 2019:

«A jovem ativista sueca Greta Thunberg afirmou, em Nova Iorque, que os jovens estão unidos e que ninguém os irá parar na luta global contra a crise climática e em defesa do planeta.

Greta Thunberg fez a declaração na abertura da Cimeira da Ação Climática para a Juventude, acompanhada de quatro outros jovens ativistas e ao lado do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.»

terça-feira, 17 de setembro de 2019

MARY ZINS (1964?-2019)

«Mary Zins is a freelance illustrator and cartoonist based in Tacoma WA USA. She has worked as a graphic artist for the Cleveland Metroparks Zoo and a graphic designer for the Cleveland Museum of Natural History. She has worked as a freelance illustrator for over 12 years. She is a member of the Association for American Editorial Cartoonists, Union of World Cartoonists, United Sketches and Le Crayon
AQUI




  

terça-feira, 10 de setembro de 2019

MIGUEL ARAÚJO - Ainda estamos aqui

«Nós ainda estamos aqui»
lembrando quem passou pela Ferreira... 

 Ainda vos temos aqui!



Os horizontes e as marés
As estátuas, as pontes
A América, a lua, os cafés
Tudo passa
Tudo passa

Os cataventos e as estações
Os amores-perpétuos
Desertos, as desilusões
Tudo passa
Tudo passa

O tempo voa
O tempo coa
E por mais que doa a passar

Nós ainda estamos aqui
Ainda estamos aqui
Eu ainda te tenho a ti
E nós ainda estamos aqui

Os homens e as gerações
As horas, as eras
As iras, azares, ilusões
Tudo passa
Tudo passa

Os astros e o planisfério
Bandeiras ao vento
Os mastros, países, impérios
Tudo passa
Tudo passa

Os paraísos prometidos
Palavras escavadas na pedra
E os seus sentidos
Tudo passa
Tudo passa

Por tudo o que existe
E o que resiste
E por tudo o que ainda há de vir

Nós ainda estamos aqui
Ainda estamos aqui
Eu ainda te tenho a ti
E nós ainda estamos aqui