quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

CARMEN GARCIA - Eutanásia


Para refletirmos...

"Sou enfermeira. Há dez anos que todos os dias convivo com a dor, a morte e o sofrimento. Sei exactamente a que cheira a miséria, conheço de cor o cheiro ácido das melenas e continuo a arrepiar-me com o cheiro putrefacto de algumas úlceras de pressão. Ainda era estudante, do último ano da licenciatura, quando, em contexto de paliativos domiciliários, vomitei no quarto de uma doente. Porra, tudo ali gritava morte. Aquele cheiro ainda hoje me assombra. A merda, a bílis, o exsudado e os tecidos mortos das feridas. Não aguentei.

Mas depois aqui ando, a discutir o direito de morrer com gente que nunca viu sofrimento sem ser em filmes e que acha que com cuidados paliativos tudo se resolve. Como se os melhores paliativos do mundo mudassem o facto de alguém estar preso a uma cama, a comer por uma sonda, a urinar por outra, a sujar fraldas atrás de fraldas e a criar escaras que, sim, às vezes são inevitáveis. Como se os paliativos mudassem a realidade de quem tem que respirar 16h por dia, através de um buraco que os médicos lhe abriram na garganta, com a ajuda de um ventilador. Não é uma questão de não ter dores, de ter uma linda vista para o rio ou a família por perto. É uma questão de não querer, de não aceitar, viver assim.

Atrás das secretárias ou dos ecrãs de computador, lá onde não chega o cheiro da morte e onde não se ouvem os gritos das dores que a morfina não resolve, é fácil opinar. É fácil falar bonito sobre as escolhas dos outros quando temos umas pernas que nos obedecem, quando a incontinência para nós é apenas uma palavra usada nos anúncio das fraldas e quando a pior dor que já sentimos se resolveu com tramal. Difícil é estar lá, dar a mão a essas pessoas e dizer-lhes que, mesmo contra a sua vontade, terão que continuar a sofrer. Porque alguém decidiu por elas sobre a sua própria vida. Porque alguém decretou que não estão capazes de decidir por si mesmas ainda que as suas faculdades cognitivas estejam intactas.

É, eu também tinha opiniões muito romanceadas antigamente. Mas acho que as vomitei todas em Fernão Ferro, na casa da doente de 41 anos que apodrecia numa cama e que repetia incessantemente duas palavras: "deixem-me morrer"."


Bem haja, Senhora Enfermeira Carmen Garcia, pelo seu texto bem escrito, bem pensado e, sobretudo,fundado no sofrimento, na experiência da dor. A vossa profissão, o vosso dia-e-noite não se acomoda à cátedra política ou religiosa que mendiga votos. As vossas horas prolongam-se no sofrimento dos outros que é TAMBÉM o vosso. Obrigado pela lucidez do seu testemunho, pela clareza da mensagem vivida, da mensagem SOFRIDA. 
José Maria Laura


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

O SÃO VALENTIM não se esqueceu da Sala dos Professores!

No dia de São Valentim, também se festeja a Amizade!
Na sala dos professores, uma bela surpresa aguardava quem por ali passasse... 
Uma doce surpresa preparada por três incríveis coleguinhas...

Os nossos agradecimentos babados à  Gabriela,  à Anabela

e à Cátia,  as três meninas responsáveis por tamanha delícia...
Com os melhores ingredientes: os vossos sorrisos!






Agora imaginem... Palavras delicadas e miminhos destes! 


«C’est la banque de toutes les tendresses,
C’est une arme pour tous les combats,
Ça réchauffe, et ça donne du courage,
Et ça n’a qu’un slogan : « On partage. »

Au clair de l’amitié,
Le ciel est plus beau.
Viens boire à l’amitié,
Mon ami Pierrot.»



Maria Laura

O SÃO VALENTIM chegou à Ferreira!

«E o meu coração é um pouco maior que o universo inteiro.»
Álvaro de Campos

Parabéns aos alunos e aos professores do Curso Profissional de Técnico de Vitrinismo pela criatividade!














quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020