Cumpre-se, no calendário dos
dias, mais um início de um ano letivo e eis-nos de volta à familiar rotina,
cuja regularidade temos a ilusão de manter, esforçando--nos por esquecer as
perdas que vamos acumulando. Aos fins seguem-se os inícios, numa sucessão imparável
que, com o passar dos anos, parece precipitar-se cada vez com maior rapidez. E
vamos tentando prender na nossa memória a presença daqueles colegas que víamos
animados de uma força que parecia impossível de sucumbir às malhas do tempo
avassalador. Embrenhamo-nos na pressão das obrigações, que nos atrai como uma
demência, e, muitas vezes, apenas nos detemos quando o toque dos sinos nos
chama à reflexão e a questão “ Por quem os sinos dobram? “ (logo seguida da
evidência da resposta “Eles dobram por nós”) se impõe como razoável.
Na sucessão de partidas,
inscreve-se a recente despedida da colega CARMO SIMÕES, sobre a qual já
contamos o decurso de um ano (já um ano?). Estávamos habituados à sua postura
determinada e assertiva, animada por um saudável sentido de humor e comprometida
com a paixão pelo ensino, pelo Benfica (o nosso CLUBE) e pelo envolvimento
político, que nada parecia poder derrubar.
Nada parecia poder derrubar… e
não pode derrubar…, nas marcas que deixou da sua passagem por nós, na dignidade
com que erguia a vida e na grandeza que dava ao trabalho, num compromisso
permanente com o futuro!
DECORREU, JÁ, UM ANO e DECORRERÃO
OUTROS, mas, por entre as partidas e os regressos, por entre os discursos de
despedidas e de boas vindas, a nossa memória é o duradouro arquivo que resiste
ao castigo da erosão esculpida pelo tempo.
Por isso, anunciamos a missa que
se vai realizar no dia vinte e sete de outubro de 2015, às dezanove horas, em Agualva, na Capela de Nossa Senhora da Apresentação (Colégio das Irmãs), em memória da CARMO SIMÕES e
da amiga CONCEIÇÃO AMARANTE (cumprindo-se, assim, o ritual que a Carmo
anualmente realizava). E, neste momento de paragem, lembraremos, também, os
outros colegas dos quais guardamos vivas recordações, que o pó dos dias não
conseguirá apagar. Até que o tempo nos detenha…
Empenhada na missão de ensinar,
Que movimentava o teu acordar
E trazia alegre o teu coração!
Ser professora era a tua vocação,
Nada te fazia desanimar,
Aceitando provas para superar,
Sendo um exemplo de dedicação!
Não desistias perante as dificuldades,
Cada dia era sempre um desafio,
Posto à prova da tua firme vontade!
Sorrias tanto ao calor como ao frio,
A Escola era a tua grande vaidade,
Enchendo-te de vida, dias a fio!
Fotografias de Ana Luz
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