sexta-feira, 25 de setembro de 2020

PASCALE OJEIL et CHARLES EID - A l'altru mondu

 Há sopros de luz que na alma fervem a dor e a alegria ao mesmo tempo.

José Maria Laura



« Au Liban, un duo d’artistes a repris la chanson corse A l’altru mondu, en mémoire des victimes des explosions survenues à Beyrouth le 4 août.

“Impossible d’écouter A l’altru mondu, chanson corse d’une suprême mélancolie, magnifiquement interprétée par Pascale Ojeil et Charles Eid, sans se sentir submergé par l’émotion”, écrit L’Orient-Le Jour. Le quotidien libanais partage la reprise d’une chanson des frères Vincenti par une mezzo-soprano et un ténor libanais, en l’honneur des victimes des explosions du port de Beyrouth.»

MERCI


À l'altru mondu, u tempu hè longu, ci stà l'eternità.
È m'hà pigliatu à tempu natu ; di mè, chì n'hà da fà ?
O cara mamma, u paradisu hè grande cume tè,
È s'e ti chjamu à l'improvisu s'arricummanda à mè
Santa Marìa a to sumiglia ùn nu mi lascia più,
È mi cuntentu è mi ramentu, cume s'ell'era tù.

Ti mandu un fiore, u so culore, u sceglierai tù.
Hè ind'u pratu di u Muratu ch'ellu face u più.
S'e fussi eiu frà i più belli u cuglierebbi à tè,
Ma stocu in celu, è i to capelli sò luntanu da mè,
Ma i t'allisciu cù Ghjesù Cristu chì sà quale tù sì,
È mi cuntentu è mi ramentu, è megliu ùn possu dì.

Ùn piglià dolu, u to figliolu cù l'ànghjuli stà bè.
È ciò ch'e vogliu, u mio custodiu a sà prima cà mè.
Quì l'aria fine cume puntine * cosge senza piantà,
Ore tranquille, à mille à mille, senza calamità.
À l'altru mondu, canta un culombu è paura ùn hà,
Per cacciadore ci hè u Signore, O mà ùn ti ne fà !

domingo, 13 de setembro de 2020

ARZÍRIO CARDOSO - A ecoar Poesia porque ...

... a sua Palavra-lavra-lavra-lavra-lavra ... 

José Maria Laura



— ¿Teu poeta favorito é Fernando Pessoa?

— Eles mesmo.

Azírio Cardoso


13 de junho de 2018, aniversário de 130 anos de Fernando Pessoa.

[QUANTOS PESSOAS CABEM NUMA CRÔNICA?]

Conta-se que numa certa cidade portuária, o dono de uma Tabacaria acabou fiando (tabaco?) a um sujeito de nome Álvaro.

Álvaro, que há pouco chegara à cidade e encontrava-se inativo, sentindo a vergonha financeira de não poder pagar, impaciente e sem ao menos tomar um banho, correu para os campos com um Chevrolet emprestado tentar emprestar algum dinheiro de seu amigo Alberto.

Alberto, que era nada apegado a coisas mundanas e que até então só atinava em cuidar de umas ovelhas e de um menino que fugiu de casa, não lhe fez muito caso. Indicou-lhe, porém, um conhecido, que coincidentemente calhou ser conhecido de ambos.

Álvaro, pensando que pudesse valer a pena, dirigiu-se, preciso, até a casa de Fernando. Mas acabou não gostando nada daquele que, a seu ver, fingia completamente não ter o dinheiro para emprestar. Acabou levando para o lado pessoal e saiu de lá enxovalhado, calado. Um caco. Que amigos que tenho tido!, deplorou, amargo.

Sentindo súbita, uma angústia, vislumbrou uma última alternativa: ir até a casa de um médico que conhecera recentemente. Mas ao lá chegar, estava o tal médico praticamente de saída, partindo para outro país. Álvaro, mesmo sentindo-se mesquinho (que ridículo que tenho sido, pensava), tentou insistir, mas sem sucesso.

Um tanto quanto excêntrico, com uma coroa de rosas na cabeça, Ricardo disse que até poderia emprestar-lhe alguns óbolos, mas não o faria para que o agraciado com o favor não sofresse depois a nostalgia de um momento tão alegre. Meio atônito e não compreendendo muito bem o que ali se passava, Álvaro decidiu se despedir. Mas qual não foi sua surpresa quando Ricardo não quis que apertassem as mãos.

Foi o basta! Parece que só eu é que levo porrada, vão todos para o diabo, vociferou mentalmente.

Mas quando Álvaro já entrava sem esperanças no Chevrolet sem gasolina, o dono da tabacaria, que passava por ali com uma madeira nas mãos, chamou-lhe e fez-lhe uma proposta, a qual foi prontamente aceita. E Álvaro foi para casa, feliz quase, pintar a nova tabuleta em troca da dívida. E o dono da tabacaria sorriu.

No outro dia, levando em si um incomum bem-estar, Álvaro foi entregar a tabuleta que havia pintado, na qual lia-se a seguinte inscrição:

TABACARIA DO ALVES
FIADO SÓ DEPOIS DE AMANHÃ

Mas deu de cara com uma cruz na porta da tabacaria fechada. E o dia, que estava bastante azul, começou a chover.

*

Arzírio Cardoso

ARZÍRIO CARDOSO

 Arzírio Cardoso é poeta e cronista. Graduado em Letras e mestrando em Estudos de Linguagem e Tecnologia, pela UTFPR, tem poemas e crônicas publicados nas principais revistas literárias do país, como Mallarmargens- revista de poesia e arte contemporânea; Germina- Revista de Literatura e Arte; e no jornal literário RelevO. Publicou dois livros de poesia, Bromas & Bromélias e Cartógrafo de Dunas, ambos pela ed. Penalux.

Em 2017, foi o vencedor do Prêmio Escriba de Crônicas, com a crônica «A língua, o asterisco e a natureza da sardinha». Em 2018, foi finalista do Prêmio Sesc de Poesia Carlos Drummond de Andrade, e, em 2019, segundo colocado no Prêmio de Literatura da Universidade Federal do Espírito Santo, com o livro de crônicas Conheço duas formas de acabar com a vida que são tiro e queda.

AQUI

👍 ARZÍRIO CARDOSO - Quarentena: O que os filósofos diriam sobre o Coronavírus?

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

26 de setembro - Dia Europeu das Línguas


 Celebrem o Dia Europeu das Línguas connosco!

Por toda a Europa, 800 milhões de Europeus dos 47 estados-membros do Conselho da Europa são encorajados a aprender mais línguas, em qualquer idade, dentro e fora da escola. O Conselho da Europa promove o plurilinguismo em todo o continente, com base na convicção de que a diversidade linguística é uma via para alcançar uma maior compreensão intercultural e um elemento-chave da riqueza do património cultural da Europa.
Conforme iniciativa conjunta do Conselho da Europa e da Comissão Europeia, o Dia Europeu das Línguas tem sido celebrado todos os anos desde 2001 no dia 26 de setembro.