A Ferreira recebe, com muita honra,
a sua Comunidade Educativa
Quando os Encarregados de Educação também trazem para a escola o seu saber e a sua experiência, aumenta a efervescência de vida: ganha toda a escola, ganha a comunidade, ganha o presente dos nossos jovens que temporizam e enriquecem o futuro.
A nossa Biblioteca e os professores de Português e de Francês celebraram a riqueza da Multiculturalidade convidando VIRGÍLIO CORREIA que, durante 90 minutos, nos levou pelo mundo fora, à descoberta de ritmos africanos.
A migração voluntária ou forçada tem sido uma constante na história da Humanidade. Homens e mulheres suavizaram a dureza da vida e afagaram a saudade, mantendo vivas, entre outras heranças, as músicas e as danças da Terra Natal.
A música sempre viajou no regaço dos povos andarilhos, misturando-se e transformando-se ao sabor dos povos que enfeitiça.
Ao longo da palestra, descobrimos que o Semba africano originou o Samba, que o Souk das Antilhas Francesas abriu portas à Kizomba e que o ator belga Jean-Claude Van Damme inspirou o Kuduro, numa dança embriagada do filme Kickboxer (1989) ! A Morna de Cabo Verde, a Tina da Guiné e a Dexa de São Tomé e Príncipe, entre outros ritmos, também ecoaram na Sala de Reuniões da Ferreira.
... Por isso, Virgílio Correia deixa uma mensagem fundamental: onde quer que a vida nos leve, nunca devemos esquecer as nossas raízes!
Fotografias de José Maria Laura
Os nossos agradecimentos a Virgílio Correia
e aos filhos, Diogo e Hugo.
O nosso convidado também ofereceu vários CD do seu último trabalho de compilação, recentemente lançado na FNAC.
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«Eles cantam...»
CONTRATADOS
Longa fila de carregadores
domina a estrada
com os passos rápidos
Sobre o dorso
levam pesadas cargas
Vão
olhares longínquos
corações medrosos
braços fortes
sorrisos profundos como águas profundas
Largos meses os separam dos seus
e vão cheios de saudades
e de receio mas cantam
Fatigados
esgotados de trabalhos
mas cantam
Cheios de injustiças
caladas no imo das suas almas
e cantam
Com gritos de protesto
mergulhados nas lágrimas do coração
e cantam
Lá vão
perdem-se na distância
na distância se perdem os seus cantos tristes
Ah!
Eles cantam…
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