sexta-feira, 23 de novembro de 2018

ANA PAULA BIRRA - Deixa-me ser feliz como o vento das eiras

Lançamento no dia 6 de dezembro!


Sinopse

Quando nasci,
sem destino próprio definido,
foi-me concedido o voo das aves,
para que pudesse sonhar todos os dias,
erguendo pontes entre a ilusão 
e o que todos pensam ser a realidade.

Autor: Ana Paula Birra
Data de publicação: Novembro de 2018
Número de páginas: 64
ISBN: 978-989-52-4376-1
Colecção: Prazeres Poéticos
Género: Poesia
Idioma: Pt

Poemas da Ana Paula Birra  a espreitarem pela janela da nossa sensibilidade:


Conta-me o mundo,
Os rios que o circundam,
Os desertos que são luz,
As casas que inventamos,
As penas que a vida traz.

Conta lá devagarinho,
Como é que andamos às voltas
Numa bola de sabão
E não sabemos dos sonhos
Que às vezes parecem portas
E outras nem isso são…

Conta,
Como é que o tempo nos muda
E nós, que nos cremos gente,
Persistimos na procura
Duma fé que seja urgente
E nos impeça a loucura!

Vá lá, conta-me o mundo…



Hoje, apetece-me
um céu cinzento
de chuva anunciada
antes do vento,
um céu visto do interior
da janela de uma casa,
o lume aceso,
o copo de vinho,
as laranjas verdes,
e muito ao longe,
o traçado dos caminhos...


Hoje, apetece-me um céu cinzento
a chuva, o vento e o interior
de uma casa
habitada por dentro...

Abraça-me até ao infinito,
até à plenitude das árvores,
à negação da flor,
à afirmação do fruto,
à rendição total desta verdade,
que é sentir tudo sem razão,
só porque existe o coração!

Abraça-me agora e sempre,
que se o amor não cabe nas palavras,
não caberá também a vida
nas metáforas!




Vem comigo até ao mar,
e faz-me um barco de espuma,
mas que possa navegar,
mesmo em dias de chuva,
mas que possa navegar,
haja sol ou haja vento,
um barco feito de espuma,
um barco que atrase o tempo...


Até nos dias mais tristes
e nas manhãs mais cinzentas,
há pássaros em voo
e árvores que resistem ao vento,
como nós,
simples humanos,
buscando incessantemente
o universo,
não o sabendo dentro de nós!


Uma janela só,
que tenha ombreira e batente,
daquelas que nos deixam
ver a rua inteira,
com sol ou chuva,
areia e vento,
das que, do mesmo modo,
deixam passar os sonhos
crivando a lua, a fé
e o tempo...

Uma janela só,
mas que dê para dentro
de quem somos...


👇
O primeiro livro da Ana Paula Birra:   
                                               


Sem comentários:

Enviar um comentário