sexta-feira, 18 de novembro de 2022

A Horta solidária e biológica da Ferreira


Esperámos muitos anos para poder ver a Horta assim, mas conseguimos . Com a ajuda da candidatura ao apoio ao associativismo esta é a “nova” Horta Solidária e Biológica do Projeto Prémio Infante D. Henrique . Preparados para a cultura de inverno . Um agradecimento especial à professora Lúcia Nunes, a alma desta Horta.
HELENA FREITAS

Em jeito de agradecimento às professoras Lúcia Nunes e Helena Freitas, plantámos imagens e semeámos versos pela promissora Horta da Ferreira onde toda a equipa do Projeto Prémio Infante D. Henrique fertiliza a solidariedade e ajardina o nosso quotidiano.
José Maria Laura 

Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma.
Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles.

RUBEM ALVES


Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

MIGUEL TORGA


Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

CECÍLIA MEIRELES


O jardim está brilhante e florido.
Sobre as ervas, entre as folhagens,
O vento passa, sonhador e distraído,
Peregrino de mil romagens.

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN


O poeta
faz agricultura às avessas:
numa única semente
planta a terra inteira.

MIA COUTO



Consideremos o jardim, mundo de pequenas coisas,
calhaus, pétalas, folhas, dedos, línguas, sementes.
Sequências de convergências e divergências,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.

ANTÓNIO RAMOS ROSA


Os outros passam a escrita a limpo,
Eu passo a escrita a sujo.
Como os rios que se lavam em encardidas águas.
Os outros tem caligrafia, eu tenho sotaque.
O sotaque da terra.

MIA COUTO




Quando um vulto humano se arrisca,
fogem os pássaros e borboletas;
e a flor que se abre, e a folha morta,
esperam, igualmente transidas,
que nas areias do caminho
se perca o vestígio de sua passagem.

CECÍLIA MEIRELES

 Fotos - Maria Laura Matos

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