sábado, 8 de março de 2025

CAROLINA DESLANDES - A saia da Carolina





 

A saia da Carolina
Foi de alguém que a ofereceu
Que é por ela ser menina
Que é p'ra estar perto de Deus
Foi assim de pequenina
Que a quiseram ensinar
Que tem lugar na cozinha
E em casa a costurar

Tem cuidado ó Carolina
Que o lagarto dá ao rabo
Tu até te vês rainha
Queima-te o patriarcado
Tem cuidado ó Carolina
Quem tem sonhos tem pecados
Ser menina é tua sina
Ser mulher é teu legado

REFRÃO
Cuidado com a Carolina
Que vem de punho cerrado
Cuidado com a Carolina
Que vem de punho cerrado
A saia da Carolina ardeu no meio do mato
A história da Carolina é que ela agora veste fato


Sou Maria Carolina, Deslandes p'ra vocês
Nasci do amor antigo do Kiko e da Inês
Tu querias julgar com riso toda a minha insensatez
É por ter crias comigo e agora conto com três
A saia da Carolina nunca aqui teve um cabide
E eu ando bem calçada vai perguntar ao David
Debaixo do meu hoodie não gosto de dar nas vistas
Cancela as minhas entrevistas
Eu tenho sardas espalhadas como grãos de areia
Pedem-me uma canção, eu tenho uma mão cheia
Avisa o lagarto que o esmago com o pé
Não há tempo p'ra rastejos em terra de jacaré
Não há tempo p'ra bocejos quando o dia me chama
Eu vivo de fé, há quem viva de fama
A saia não é de ninguém
Carolina oioai
Carolina oai meu bem

REFRÃO

Sim Carolina oioai
Carolina oai meu bem


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